Eu, meu primo Saulo, e
nossos amigos Brunno e Neto, sentados numa garegem. Através do
portão aberto vejo duas figuras sob sol. Moças muito brancas,
esbeltas, de cabelos lisos e muito escuros. Vestem trajes de praia.
Uma delas é bem mais alta, lábios marcantes e aparenta ter cerca de
vinte anos, é Raysa, irmã mais nova de uma antiga amiga de colégio.
A outra é muito menor e visivelmente ainda uma criança, talvez irmã
caçula.
Passaram em frente a
garagem e apenas observei. Finalmente vejo outra jovem também muito
branca, não muito alta, com cabelos lisos, escuros e compridos. No
sonho eu a reconheci facilmente, porém alguma cosia me incomodava.
Antes de passar
completamente pela entrada da garagem ela me olhou, franziu a testa,
então entrou, caminhando na minha direção. Disse:
- Eu conheço
você...
Apesar de saber quem
era, tive algumas dificuldades de lembrar do nome. Tinha a pele mais
branca do que na realidade, e seus olhos eram um pouco mais puxados
que os da realidade, e ela ainda carregava alguma coisa um tanto
mágica, quase angelical, também destoando um pouco da realidade.
- Eu conheço você
também.
- Quem sou eu então?
Hesitei um tanto, até
pronunciar cuidadosamente, como quem pisa descalço num chão cheio
de pedras.
- ...Camila.
- Camila de quê?
Ela respondia rápido,
estava muito próxima, parecia procurar meu desconforto, e parecia se
divertir com isso.
- … Alves?
- Você errou!
- É mesmo? E eu,
quem eu sou?
- Você é o Ed.
- Qual meu
sobrenome?
- Britto...
Ela riu, meus amigos
riam também. Ela estava indo até uma praia. Deixei meus amigos na
garagem e segui a pé, abraçado com a jovem. Não lembro sobre o
que conversamos, me sentia bem pela proximidade, ao mesmo tempo um
tanto desconfortável.
Nos aproximamos de um
carro estacionado onde estavam os pais da Camila. Não condiziam com
a imagem dos pais reais dela, mas eu não questionei isso durante o
sono. Cumprimentei os dois, foram muito simpáticos. Ela ficou no
carro e eu voltei pela calçada até chegar novamente na casa onde
estavam meus amigos.
Durante o caminho
pensei sobre as minhas amizades. Sobre os muitos círculos
diferentes. No caso de uma catástrofe, durante uma epidemia zumbi,
ou qualquer outra coisas que desestruturasse a sociedade, com qual
grupo eu iria preferir ficar?
O restante dessa parte
do sonho não é tão interessante quanto a parte seguinte. Apenas eu
e meus três companheiros de longa data jogando ping pong como nos
velhos tempos.
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